Cerca de 40 pessoas participaram hoje de um protesto em frente ao Consulado do Japão, em São Paulo. Vestidos de preto, os ativistas carregavam faixas com a mensagem “Ativismo não é crime” e fizeram uma hora de silêncio na avenida Paulista. A ação faz parte de um conjunto de atividades organizadas por escritórios do Greenpeace ao redor do mundo, para apoio aos ativistas Junichi Sato e Toru Suzuki, processados por denunciar um escândalo de corrupção dentro do programa baleeiro mantido pelo governo japonês.
Sato e Suzuki foram acusados de roubo e invasão de propriedade depois de desenvolverem uma investigação de interesse público. A pesquisa comprovou o desvio de caixas de carne de baleia para o uso privado da tripulação dos navios baleeiros, e não para a pesquisa científica, como alega o governo japonês. Ambos foram condenados a um ano de prisão, com pena suspensa por três anos. Isso significa que, por três anos, estarão impedidos pelo governo de se envolver em atividades do Greenpeace.
O Japão caça baleias na Antártida e, apesar de frequentemente ser condenado pela maioria dos países da Comissão Baleeira Internacional, nega-se a parar. A atividade baleeira do Japão não atende nem a verdadeiros interesses científicos, nem a nenhuma necessidade alimentar da população daquele país, mas sim ao interesse político da JFA, a agência de pesca japonesa, em manobrar subsídios da ordem de milhões de dólares que mantém as atividades baleeiras mesmo na ausência de um mercado interessado na carne.
Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos, protocolou uma carta ao cônsul japonês Kazuaki Obe, considerando a condenação injusta e uma afronta à liberdade de expressão e aos diretos humanos. A carta foi recebida por Toshinori Matsushiro, cônsul no setor político, que se negou a assinar a cópia de protocolo da carta. Matsushiro entregou uma folha em branco sem timbre apenas com sua assinatura, como comprovante de recebimento. “Não podemos aceitar que o ativismo seja tratado como crime. Ele é um direito do cidadão.”, afirmou Leandra.
Fonte: Greenpeace
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