sábado, 5 de setembro de 2009

Não se fala de outra coisa!

Foto: Greenpeace/Felipe Barra

Por Marina Ribeiro

O assunto está em pauta há muito tempo, é o projeto de exploração de pré-sal do governo Lula. Economia, tecnologia e desenvolvimento são palavras sempre presentes quando o Presidente discursa sobre a questão, mas e os impactos ambientais? Onde eles ficam e como serão tratados?

Para protestar contra tais impactos, ignorados quase que solenemente pela presidência, ativistas do Greenpeace realizaram uma manifestação silenciosa no dia 31 de Agosto, durante a cerimônia de apresentação do novo marco regulatório do pré-sal, em Brasília. "Pré-sal e poluição: não dá pra falar de um sem falar do outro." dizia uma grande faixa aberta no palco e posteriormente entregue ao Presidente.

Apesar do burburinho, Lula não abandonou o script e o meio ambiente não foi sequer citado durante seu discurso, ainda na presença de três ativistas em frente ao palco, que seguravam faixas menores.

Além de todas as promessas já amplamente divulgadas pelo governo quanto ao pré-sal, há também aquelas espertamente escondidas embaixo dos panos: as de grandes impactos ambientais. A exploração dos novos poços irá gerar enormes quantidades de emissão de gases estufa, que, diz a Petrobrás, será amenizada pela tecnologia de Captura e Armazenamento em Carbono (CCS). Vale lembrar, no entanto, que esta é uma tecnologia experimental e "não estaria tecnicamente viável antes de 2030" de acordo com Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de Energia do Greenpeace.

Que tal, então, a criação de Áreas Marinhas Protegidas, já que os oceanos são responsáveis por até 50% da absorção de nossas emissões? Infelizmente, a proteção dos oceanos é um assunto que não entra na agenda do nosso Presidente Lula.

Resta a nós, a sociedade civil, levantar das poltronas e mostrar ativamente que queremos mais responsabilidade com o clima e o aquecimento global! Lembrando que faltam 92 dias para decidirmos nosso futuro, com a chegada da COP15. Martelar este mesmo assunto é mais do que justo, é necessário!

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